Venho vos falar hoje sobre as três grandes revelações trazidas pela Espiritualidade Maior, para iluminar a estrada dos espíritos encarnados neste planeta. Cada uma a seu tempo, trouxeram verdades grandiosas, mas que não foram absorvidas em sua plenitude pelas sociedades à época dos seus respectivos surgimentos, muito em parte em razão da baixa estatura moral da humanidade, que ainda palmilha os caminhos da redenção. Moisés, cuja tradução é "tirado das águas", apresenta a lei mosaica subdividida em duas partes: a Lei de Deus, promulgada sob o Monte Sinai, e a Lei Civil, estabelecida por Moisés. A Lei de Deus se encontra nos Dez Mandamentos: I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa de servidão. Não tereis outros deuses estrangeiros diante de mim. Não fareis imagem talhada, nem nenhuma figura de tudo o que está no alto no céu e embaixo na Terra, nem de tudo o que está nas águas sob a Terra. Não os adorareis, nem lhes rendereis culto soberano. II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus. III. Lembrai-vos de santificar o dia de Sábado. IV. Honrai o vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo tempo na Terra, que o Senhor vosso Deus vos dará. V. Não matareis. VI. Não cometereis adultério. VII. Não furtareis. VIII. Não prestareis falso testemunho contra vosso próximo. IX. Não desejareis a mulher do vosso próximo. X. Não desejareis a casa do vosso próximo, nem seu servidor, nem sua serva, nem seu boi, nem seu asno, nem nenhuma de todas as coisas que lhe pertencem. Trata-se de Leis eternas e de abrangência universal. Contudo, Moises precisaria garantir a disciplina do povo que, àquela época, praticava abusos de toda sorte. Uma sociedade turbulenta e indisciplinada. Dessa forma, cria leis civis as quais, apoiada sobre a autoridade de Deus, passou a dar-lhe origem divina, o que garantia a sua permanência entre aquele povo que, pela ignorância moral, somente se fariam obedientes diante de um Deus que dobrasse tais ímpetos violentos. Por essa razão, a lei civil de Moisés (“leis mosaicas”) tinha um caráter essencialmente transitório. Jesus nos traz a segunda revelação. Com o propósito de cumprir a Lei de Deus, o Cristo veio dar-lhe o seu verdadeiro sentido, adequando-a ao grau de adiantamento dos homens, sendo esta Lei a base de sua doutrina. Quanto à Lei Mosaica, ele a modificou completamente, a reduzindo às seguintes palavras: “Amar a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, dizendo: “está aí toda a lei e os profetas”. A Lei de Deus é de aplicação ampla, atingindo a todos, ricos e pobres, não havendo se falar em castas privilegiadas, pois todos são filhos de Deus. Jesus ensinou que a verdadeira vida não está sob a Terra, mas no reino dos céus, ensinando aos homens como seguir no caminho que a ele conduz. Porém, em razão das limitações morais dos homens, nem tudo lhes foi revelado, em razão da impossibilidade de compreensão acerca de certas verdades. Para tanto, novas ideias deveria surgir após o amadurecimento moral da humanidade. Para isso, a Ciência iria contribuir grandiosamente, dando-lhe o suporte necessário para sua verdadeira compreensão. Eis que surge o Espiritismo como a terceira revelação. Numa época em que a Ciência e a humanidade já se encontravam em plena capacidade de absorção de certas verdades (mas não todas!). Revela-se a natureza do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, caindo por terra equivocados conceitos baseados em superstições e no sobrenatural, sendo a Doutrina Espírita a chave para o verdadeiro entendimento dos ensinamentos do Cristo, os quais eram dados em parábolas, preparando o Reino de Deus sobre a Terra
Leonardo José Reis
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